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Política

Haddad diz que vai insistir na ‘taxação BBB’ antes de avançar com o Orçamento

Votação do Projeto de Lei Orçamentária Anual seria nesta terça, mas foi adiada a pedido do governo, que ainda avalia taxar ‘bancos, bets e bilionários’ como alternativa à derrota do IOF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira, 14, que ainda quer verificar se há possibilidade de rever a “taxação BBB” (bancos, bets e bilionários) antes de avançar com a tramitação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026. Haddad participou de audiência pública sobre o projeto de lei que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil por mês, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

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O Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) de 2026 seria apreciado pelo Congresso nesta terça-feira, mas a votação foi adiada a pedido do governo, que ainda avalia maneiras de superar os efeitos da derrubada da Medida Provisória (MP) 1.303, com alternativas à alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), depois de derrota no Congresso que pressiona as contas públicas em ano em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca reeleição.

Em reunião pela manhã, governistas pediram o adiamento da votação, mas não solicitaram alterações no relatório do deputado Gervásio Maia (PSB-PB).

“Não é questão simples para resolver; então, se a gente tiver uns dias para verificar, primeiro se há uma possibilidade, como vários senadores colocaram aqui, de revisitar esses temas”, disse Haddad, no Senado. “Pelo que eu entendi aqui, o Senado está plenamente favorável a rever essa questão da ‘taxação BBB’ que a gente está chamando, todo mundo bem disposto a isso, e a revisão de benefícios.”

O presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional, senador Efraim Filho (União-PB), afirmou que a votação do projeto de LDO de 2026 foi adiada para esta quarta-feira, 15, às 14h.

De acordo com o parlamentar, deve haver uma reunião nesta terça entre o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e Haddad, para discutir possíveis alterações na LDO após a derrubada da medida provisória com alternativas à elevação do IOF.

“Vai ter de acomodar uma porção de coisas que estavam planejadas para o ano que vem, que não vão acontecer. É só isso que eu levei a consideração dele, eu sou sempre a favor de votar as coisas rapidamente. Mas enfim, essa MP caducou depois de 120 dias, não foi apreciada”, disse Haddad.

De acordo com o ministro, a ideia é levar ao conhecimento de Alcolumbre as consequências dos cenários em aberto sobre LDO.

Segundo mostrou o Estadão/Broadcast, a conversa entre o titular da Fazenda e o presidente do Senado deve ser focada na frustração de receitas.

Um dos motivos é a queda da MP 1.303/2025, que criava alternativas para a alta do IOF. O governo tenta encontrar uma saída para compensar os mais de R$ 20 bilhões previstos para 2026.

Questionado por Efraim Filho, Haddad afirmou que as despesas do Orçamento enviado ao Congresso seguem rigorosamente o estabelecido pelo arcabouço fiscal. Segundo ele, se os parlamentares quiserem cortar despesas, poderiam fazê-lo.

Ministro diz que vai levar ‘cenários’ a Alcolumbre

Haddad afirmou que vai levar ao presidente do Senado uma lista dos “cenários” para receita e despesa na LDO.

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