Aneel aprova proposta para fazer acordo e facilitar venda da Amazonas Energia aos irmãos Batista

Âmbar Energia diz que está disposta a assumir distribuidora desde que tenha condições necessárias para tocar a operação
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou uma proposta para negociar um acordo com os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da Âmbar Energia, e facilitar a transferência da Amazonas Energia para o Grupo J&F.
Os irmãos Batista querem assumir a distribuidora de energia do Amazonas com um custo de R$ 14 bilhões para os consumidores de todo o País durante 15 anos. Em linha com essa intenção, o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, convocou uma reunião da diretoria do órgão para discutir uma proposta nesta sexta-feira, 7.
A sugestão foi aprovada por três votos a um. Agora, o diretor-geral da Aneel poderá buscar um respaldo da Advocacia-Geral da União (AGU) e negociar um acordo diretamente com a empresa dos irmãos Batista. Seja ele qual for, o acordo ainda precisará ser aprovado pela diretoria da agência.
Os votos favoráveis vieram de Feitosa e das diretoras Agnes da Costa e Ludimila Lima da Silva, esta nomeada pelo governo Lula no mês passado para ocupar uma vaga na agência de forma interina.
O diretor Ricardo Tili, relator do processo de transferência da Amazonas Energia para a Âmbar no ano passado, votou contra. Fernando Mosna se declarou impedido e não participou da reunião.
Integrantes do órgão e fontes do setor elétrico afirmam que no momento há uma maioria favorável para o grupo de Joesley e Wesley na Aneel, o que aumenta a chance de um acordo final ser aprovado.
Após a decisão, a Âmbar afirmou que “segue à disposição das autoridades do setor elétrico para contribuir na solução definitiva da grave situação da distribuição de energia do Amazonas, desde que garantidas as condições necessárias para a prestação de um serviço de excelência à população amazonense e a efetiva recuperação econômica da Amazonas Energia.”
A empresa também disse que está disposta a assumir a distribuidora, “com dívidas de cerca de R$ 11 bilhões, evitando uma intervenção que poderá custar até R$ 20 bilhões aos cofres públicos e aos consumidores de energia.”
Procurada para comentar a decisão, a Aneel não se pronunciou.
Com informações do Estadão