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Brasil

PIB desacelera e Brasil registra crescimento de apenas 0,1% no terceiro trimestre

IBGE divulga dados abaixo das expectativas do mercado; juros elevados esfriaram consumo das famílias e projeções para 2025 apontam crescimento entre 2% e 2,5%


Freada brusca na economia

A economia brasileira registrou desaceleração acentuada no terceiro trimestre de 2024. O Produto Interno Bruto (PIB) — que representa o valor de todos os bens e serviços produzidos no país — cresceu apenas 0,1% em relação ao segundo trimestre, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado ficou abaixo das expectativas do mercado financeiro. Pesquisa do jornal Valor Econômico com 70 equipes de economistas apontava para um crescimento de 0,2% no período.


Juros altos pressionam demanda

O desempenho reflete o impacto dos juros elevados sobre a economia. Para controlar a inflação, o Banco Central (BC) promoveu sucessivos aumentos na taxa básica de juros (Selic) entre setembro de 2023 e junho de 2024, saindo de 10,5% ao ano para 15% ao ano — o maior patamar em quase duas décadas.

Desde junho, a Selic permanece nesse nível, exercendo forte pressão sobre o consumo e o crédito no país.


Consumo desacelera apesar do emprego aquecido

Como esperado, os juros elevados esfriaram a demanda interna. O consumo das famílias desacelerou significativamente, mesmo com o mercado de trabalho registrando recordes sucessivos de baixa no desemprego.

Economistas avaliam que a força do mercado de trabalho tem sido fundamental para que a perda de fôlego do PIB ocorra de forma gradual, evitando uma freada mais brusca na atividade econômica. No entanto, já há sinais de desaceleração natural no ritmo de geração de empregos.


Projeções para 2025

Com a desaceleração consolidada, analistas revisaram suas estimativas para o crescimento econômico de 2025. As projeções apontam para uma expansão do PIB entre 2% e 2,5%, encerrando um ciclo de três anos consecutivos com altas em torno de 3,0% — período marcado pela retomada econômica após a crise causada pela pandemia de Covid-19.

O cenário indica um novo momento para a economia brasileira, com crescimento mais moderado e desafios para equilibrar controle inflacionário e dinamismo econômico.

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