SP tem 1,2 milhão sem luz, caos em aeroportos e falta de água; Enel diz que é preciso reconstruir redes
Moradores estão há mais de 24 horas sem energia em diferentes bairros da capital paulista.Concessionária afirma que restabelecimento é mais complexo em algumas áreas

Um dia após a passagem do ciclone extratropical que atingiu o estado de São Paulo, a região metropolitana da capital paulista ainda convive nesta quinta-feira (11) com os estragos causados pelos vendavais que atingiram quase 100 km/h.
Além de centenas de milhares de pessoas que seguem sem luz, também há registros de falta de água em diversos bairros da cidade. Os aeroportos de Congonhas e de Guarulhos também enfrentam dificuldades, com centenas de voos atrasados ou adiados.
Cerca de 1,2 milhão de clientes na Grande São Paulo ainda seguem sem energia até às 15h desta quinta —muitos já estão há mais de 24 horas nessa situação. No pico, na quarta (10), o apagão atingiu 2,2 milhões de imóveis. Outros 300 mil passaram a ter problemas de abastecimento nesta quinta.
Questionada sobre a demora no retorno da energia para as áreas mais afetadas, a Enel disse que em “algumas localidades, o restabelecimento é mais complexo, porque envolvem a reconstrução completa da rede, com substituição de postes, transformadores e, por vezes, recondução de quilômetros de cabos.”
A empresa afirmou ainda que a capital paulista permanece como uma das regiões mais prejudicadas, com pouco mais de 869 mil imóveis sem luz —o equivalente a 14,98% do total.
As rajadas de vento, de até 98 km/h, derrubaram árvores e lançaram galhos e outros objetos sobre a rede elétrica, causando a falta de energia.
A Enel afirma que trechos inteiros da rede foram danificados, o que impacta o fornecimento de energia. A empresa afirma ter mobilizado equipes desde o início dos registros de falta de luz e “desde ontem até as 5h de hoje [quinta], mais de 500 mil clientes afetados tiveram o fornecimento normalizado”.
A concessionária ainda afirma ter disponibilizado geradores para atender casos mais críticos.
Moradores que estão há mais de um dia sem energia tem buscado restaurantes e outros comércios para trabalhar
Por precaução, todos os parques municipais permanecerão fechados nesta quinta, de acordo com a prefeitura. O Ibirapuera amanheceu fechado, mas reabriu às 12h.
A falta de energia também compromete o abastecimento de água na Grande São Paulo e em vários bairros da capital paulista, de acordo com a Sabesp. Nesta manhã, a cidades mais afetadas eram Itapecerica da Serra, Guarulhos, Cajamar, Mauá, Santa Isabel, além de parte de Cotia e São Bernardo do Campo.
Na capital, os bairros de Americanópolis, Parelheiros, Parque Savoy, Sacomã e Vila Clara na zona sul; Cangaíba, Parque do Carmo, Vila Formosa, na zona leste; e Vila Romana, na zona oeste são os mais prejudicados.
A companhia afirma estar em contato com a Enel para agilizar o restabelecimento do fornecimento.
O aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, registrava 46 voos cancelados na manhã desta quinta-feira (11). Segundo a Aena, concessionária que administra o terminal, a suspensão das partidas e chegadas ainda é reflexo dos fortes ventos que ocasionaram 180 cancelamentos nesta quarta (10).
A concessionária orienta os passageiros que precisam embarcar a checar a situação dos voos de hoje com as companhias aéreas.
