PF aponta senador Weverton como “sócio oculto” em esquema de fraudes no INSS
Investigação indica que parlamentar do PDT-MA teria se beneficiado financeiramente de operações estruturadas por organização criminosa ligada ao Instituto Nacional do Seguro Social.
O senador Weverton Rocha (PDT-MA) foi citado pela Polícia Federal como “sócio oculto” de um grupo envolvido em fraudes contra o INSS, conforme relatório da nova fase da “Operação Sem Desconto”. As investigações apontam que o parlamentar teria se beneficiado de operações financeiras articuladas por uma organização criminosa com ramificações políticas e empresariais.
Benefícios por meio de assessores
De acordo com trecho da decisão obtida pela PF, Weverton é descrito como “beneficiário final” de movimentações financeiras estruturadas pela quadrilha, recebendo recursos ou benefícios “por meio de terceiros”, incluindo “assessores parlamentares” próximos ao seu gabinete.
“O senador Weverton teria atuado como beneficiário final (‘sócio oculto’) de operações financeiras estruturadas pela organização criminosa, recebendo recursos ou benefícios por meio de interpostas pessoas, alguns seus assessores parlamentares”, diz o relatório.
Conexões empresariais e suporte político
Os investigadores também identificaram indícios de que o senador atuava como “liderança e sustentáculo” das atividades de Antônio Camilo, apontado como um dos chefes do esquema. Conversas interceptadas pela PF mostram que funcionários de Camilo mencionavam um documento em Excel, intitulado “GRUPO SENADOR WEVERTON”, encontrado em 2023, que reforçaria a ligação do parlamentar com as movimentações suspeitas.
Segundo o relatório, o “enriquecimento de Antônio Camilo” teria sido viabilizado pelo suporte político oferecido por Weverton Rocha, configurando uma relação direta entre poder político e esquema de desvios.
Em nota, o senador Weverton Rocha afirmou que recebeu “com surpresa” a operação de busca em sua residência e declarou que, “com serenidade, se coloca à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas assim que tiver acesso integral à decisão”