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Amazônia

Belém se reinventa para receber a COP30: revitalização de áreas históricas e infraestrutura sustentável marcam o evento

A abertura oficial da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), nesta segunda-feira (10) em Belém (PA), colocou a capital paraense no centro das atenções globais, com expectativa de movimentar mais de 50 mil pessoas e impactar positivamente a economia local. Segundo pesquisa do Ministério do Turismo, 81% dos belenenses acreditam que o evento trará benefícios econômicos duradouros, sobretudo para turismo, hotelaria e comércio.​

Para dar conta da demanda histórica, Belém passou por uma transformação urbana sem precedentes. Locais emblemáticos como as Docas de Souza Franco e a Avenida Almirante Tamandaré foram revitalizados, tornando-se polos de convivência, lazer e gastronomia aptos a receber delegações e visitantes. As melhorias nessas áreas incluem modernização de praças, fachadas, estacionamentos e passagens, além de reforço em limpeza, segurança e sinalização turística.​

Outro destaque é a chamada Blue Zone, instalada no Parque da Cidade, que se tornou o coração diplomático da COP30. São 250 mil metros quadrados onde ocorrem as negociações oficiais entre chefes de Estado, ministros e delegações internacionais. A estrutura temporária inclui 64 módulos climatizados, montados com mão de obra local e materiais reaproveitáveis, gerando cerca de 2 mil empregos diretos e indiretos. A Blue Zone é símbolo de tecnologia, sustentabilidade e inclusão, além de estar alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.​

A infraestrutura de mobilidade também foi aprimorada: novos corredores de transporte, ônibus elétricos e obras como a Ponte de Outeiro facilitam o deslocamento entre aeroportos, centros de conferência e hotéis, integrando regiões estratégicas da cidade e reduzindo o tempo de trajeto dos visitantes. O aeroporto internacional foi modernizado, ampliando a capacidade para 13 milhões de passageiros por ano e aquecendo o comércio e serviços locais.​

A realização da COP30 em Belém deixa um legado concreto de desenvolvimento urbano, geração de empregos e promoção internacional da cultura amazônica. A revitalização de pontos turísticos como as Docas, a modernização da Almirante Tamandaré e a criação da Blue Zone consolidam Belém não só como anfitriã de um dos eventos mais importantes da agenda global, mas como exemplo de cidade que alia preservação à inovação para enfrentar o desafio climático do século.​

A COP30 é considerada funcionalmente estratégica para o planeta porque promove a implementação de ações globais urgentes que podem limitar o aquecimento abaixo de 1,5°C, objetivo central do Acordo de Paris. Ao reunir quase 200 países, as decisões tomadas influenciam desde a transição energética para fontes limpas até mecanismos de financiamento para nações mais vulneráveis, além do fortalecimento de compromissos e metas mais ambiciosas de redução de emissões — as chamadas NDCs. O encontro em Belém destaca especialmente o papel das florestas tropicais e da Amazônia como reguladores climáticos globais, defendendo que a proteção dessas áreas seja premiada financeiramente.​

Para o Brasil, a expectativa principal é assumir papel de liderança positiva e consolidar benefícios em diferentes frentes:

Potencializar fontes de financiamento internacional para a conservação da Amazônia, incluindo propostas como mecanismos que recompensem financeiramente a preservação das florestas tropicais.​

Viabilizar o “mapa do caminho” para a transição energética com foco em energias renováveis e justiça climática, buscando garantir que o país siga como exemplo no setor de energia limpa.​

Triplicar o financiamento para adaptação climática, especialmente para comunidades amazônicas e regiões vulneráveis, promovendo inclusão social e econômica, além de geração de oportunidades e empregos “verdes”.​

Atrair investimentos externos, fortalecer políticas públicas de combate ao desmatamento e dar protagonismo aos estados e municípios amazônicos.​

A expectativa é que a COP30 em Belém resulte em acordos mais concretos, revisões de metas a curto e médio prazo, e que consolide o Brasil como um dos principais articuladores das soluções globais para conter as mudanças climáticas.​

A COP30 pode acelerar a transição energética global ao criar caminhos políticos, técnicos e financeiros que incentivam o abandono progressivo dos combustíveis fósseis em favor de fontes limpas e renováveis. O evento reúne líderes, especialistas e investidores que negociam metas mais rígidas para as emissões de carbono, exigindo planos nacionais de transição com etapas intermediárias e prazos mais curtos para a redução do uso de carvão, petróleo e gás natural.​

Além disso, a conferência pressiona pela ampliação de financiamentos internacionais destinados a projetos de energia solar, eólica, hidrelétrica e combustíveis sustentáveis, especialmente em países em desenvolvimento. A COP30 também promove a transferência de tecnologia e apoia acordos multilaterais para desenvolver cadeias produtivas e empregos verdes, fatores essenciais para acelerar a descarbonização da economia em escala global.​

Por fim, ao consolidar compromissos comuns e mecanismos de monitoramento dos avanços, a COP30 ajuda a criar um ambiente mais favorável para que governos, empresas e sociedade invistam com confiança em alternativas energéticas, tornando a transição energética uma prioridade compartilhada internacionalmente.

A segurança na COP30 em Belém foi projetada com o padrão dos grandes eventos internacionais realizados no Brasil, como Copa do Mundo, Olimpíadas e G20, priorizando proteção máxima para autoridades, delegações e moradores. Aproximadamente 20 mil agentes atuam em conjunto, incluindo Polícia Federal, Forças Armadas, Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal, Marinha e equipes de segurança da ONU, que controlam áreas estratégicas — como a Blue Zone, sob responsabilidade direta da organização internacional.​

Foram aplicadas medidas rigorosas, como restrições aéreas em três zonas (branca, amarela e vermelha), bloqueio de drones, credenciais exclusivas para entrada e forte monitoramento nas principais vias e entorno do Parque da Cidade, local central das negociações. A operação cobre também segurança fluvial, com patrulhamento dos rios de Belém, e foco especial em proteção cibernética para todos os sistemas digitais do evento.​

O plano de segurança foi elaborado para garantir liberdade de expressão, convivência democrática e circulação da população, mesmo com bloqueios extensos e esquema diferenciado durante as atividades oficiais. A cidade decretou feriado e suspendeu aulas, reduzindo o fluxo de veículos e facilitando acesso para participantes da conferência. O legado esperado inclui aprimoramento técnico, integração dos órgãos públicos e desenvolvimento de protocolos adaptados às características locais, marcando Belém como referência para futuros eventos internacionais.

As restrições de segurança implementadas durante a COP30 impactam diretamente a mobilidade dos moradores de Belém, especialmente nas regiões mais próximas aos principais pontos do evento, como o Parque da Cidade, Docas, Almirante Tamandaré e arredores da Blue Zone. Houve bloqueios temporários de vias, controle no acesso a determinados bairros e interdições em ruas próximas aos espaços oficiais, o que pode dificultar o deslocamento diário de quem mora ou trabalha nesses locais.​

Além das restrições viárias, o aeroporto, pontos turísticos e terminais de transporte público operam sob forte monitoramento, com aumento no tempo de trânsito e mudanças de itinerários em horários de pico. O transporte público ganhou linhas especiais e reforço de horários para atender o fluxo de visitantes, mas, para facilitar a circulação dos participantes da conferência, muitos moradores foram orientados a buscar rotas alternativas ou modificar seus horários habituais.​​

Em função do evento, a prefeitura decretou feriado em datas específicas para reduzir o tráfego de veículos e suspendeu aulas em várias escolas, minimizando a quantidade de pessoas circulando em áreas de maior restrição. Apesar dos desafios, essas medidas visam manter o funcionamento da cidade e garantir a segurança sem comprometer o cotidiano essencial dos belenenses.​

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