Omar Aziz questiona operação da PF que explodiu balsas em Humaitá e Manicoré

O episódio ocorrido em Humaitá e Manicoré, com a explosão de balsas pela Polícia Federal, trouxe impactos para famílias ribeirinhas que vivem do extrativismo e dependem dessa atividade para sustentar seus lares.
O senador se pronunciou nesta terça-feira (16) no Senado arguindo que a Polícia Federal vai lá, toca fogo, dizendo que é o narcotráfico e não prende ninguém, só destruíram, poluíram, prejudicaram e tem pessoas que moram nessas embarcações. Omar disse querer saber de Andrei Rodrigues, o diretor-geral da Polícia Federal quem foi o traficante ou narcotraficante que foi preso nessa operação ontem? Quem foi preso? Não, vocês prejudicaram pessoas pobres, vocês prejudicaram pessoas humildes no Rio Madeira todo.
São homens e mulheres que não podem ser tratados como criminosos, mas que precisam de políticas públicas sérias e de uma regulamentação justa para exercer seu trabalho de forma digna e sustentável.
Defendo o combate ao crime organizado, e assim o faço desde que era Governador do Amazonas, mas é inaceitável que comunidades sejam penalizadas sem que o Estado ofereça alternativas reais.
A Amazônia precisa de equilíbrio entre preservação, desenvolvimento e respeito às populações tradicionais.
A Polícia Federal ontem, com autorização da Justiça, e eu vou querer saber quem foi o juiz que autorizou isso, porque eles não fizeram isso sem uma autorização judicial. Nós precisamos saber quem foi o juiz que autorizou e quais são as provas concretas que tem, se tem narcotraficante. E por que que a Polícia Federal e o juiz não mandaram prender os cabeças do narcotráfico? Isso tem acontecido sempre. Que a gente não quer e não defende irregularidade, não vai defender aqui o narcotráfico, esquece, que ninguém vai defender narcotraficante. Agora, a gente não pode permitir é que todos sejam tratados iguais, como se todas aquelas pessoas humildes do Rio Madeira, principalmente do município de Humaitá, Manicoré, Novo Aripuanã, Borba, Nova Olinda, que são os municípios que estão ali sendo afetados por uma coisa que a gente só tá vendo em Gaza. Parecia Gaza, as explosões. Helicóptero sobrevoando, explodindo, pirotecnia pura. Atirando… Uma balsa dessa tem um custo.

Omar argumenta que se fosse regulamentada à extração mineral extrativista, esse dinheiro e esse ouro ficaria no Brasil com a Caixa Econômica comprando __hoje ele vai pelo Japurá, ele vai pra Colômbia. Pelo Rio Negro, ele vai pra Venezuela. E pra outros países, esse ouro, que era pra ficar aqui, que é brasileiro. Porque não está regularizada. A Câmara tá mais de quinze anos com uma, um projeto pra regulamentação extrativista de extração mineral. Já teve isso no nosso estado. Eu quando era governador, quando o Eduardo era governador, a bitola maior era seis polegadas, que podia, era extrativista. Depois, é lógico, sem uma fiscalização, começou a entrar com vinte polegadas, trinta polegadas, que aí, sim, há um prejuízo. E não utilização do mercúrio na extração extrativista. Então, o apelo que eu faço aqui, né, eu vou assinar também o pedido do senador, vou subscrever o pedido do senador Plínio, que é lógico. Nesse momento, nós estamos todos juntos nessa luta, não só o senador Plínio, como eu, como o senador Eduardo, como os deputados federais do meu estado. Nós não aceitamos que pessoas humildes, que pessoas trabalhadoras sejam tratadas como narcotraficante, ressaltou Omar.
E se tem narcotraficante, que deve ter, a Polícia Federal e o juiz que autorizou, têm a obrigação de prender e mostrar nome, quem é que tá por trás disso. Não é fazer pirotecnia, não é chegar e explodir, achando que com isso tá combatendo garimpo ilegal. Finalizou Omar Aziz.