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Governo estuda perdoar dívida de quem pegou empréstimo consignado do Auxílio Brasil

Liberados às vésperas do 2.º turno da eleição presidencial, empréstimos atrelados ao programa social já somam R$ 9,5 bilhões, segundo relatório de grupo de transição

Segundo apurou o Estadão, antes mesmo da vitória de Lula a proposta de anistia estava sendo cogitada por parlamentares do PT devido à situação de fragilidade do público-alvo

O governo Lula estuda anistiar as dívidas dos beneficiários do Auxílio Brasil que fizeram empréstimo consignado no ano passado. O ministro de Desenvolvimento Social, Wellington Dias, confirmou ao jornal Estadão que o tema está sendo avaliado no âmbito de programa mais amplo de renegociação de dívidas em elaboração pelo governo. Questionado sobre a discussão da anistia para os beneficiários do consignado, o ministro respondeu: “Tem uma proposta de anistia para os endividados. Certamente, esses são endividados”.

Segundo ele, será preciso avaliar qual o caminho e o modelo a ser adotado no caso do programa social (que voltará a se chamar Bolsa Família). “Ainda não é possível dizer, porque há aspectos legais que envolvem um banco”, disse Welington Dias.

Dias, disse que a discussão está sendo feita em conjunto entre a sua pasta, a Caixa Econômica Federal, a Controladoria Geral da União (CGU), a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Ministério da Fazenda.

Segundo o relatório final do governo de transição, foram concedidos R$ 9,5 bilhões em empréstimos com lastro no Auxílio Brasil e no Benefício de Prestação Continuada (BPC) – este último pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.

Ainda segundo o documento, um a cada seis beneficiários do programa contraiu o empréstimo. Procurada, a Caixa – banco que mais ofereceu esse tipo de empréstimo – não respondeu aos questionamentos da reportagem.

Durante sua campanha eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou bastante a novidade, lançada pouco antes das eleições no ano passado. Assim como a maior parte dos especialistas, ele acredita que a medida pode aumentar o endividamento e comprometer a renda da população mais pobre.

Os beneficiários do programa que solicitaram o consignado agora vivem na expectativa de informações sobre os próximos passos do governo. Eles querem saber se o presidente vai mesmo cancelar a oferta dos empréstimos e, se isso ocorrer, como fica a situação de quem já contratou.

 

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